O celular desperta às seis da matina. Pulo da cama, pois o pedal promete: trilha da fazenda Taboquinha! Quando cheguei na casa do Tadeu, o cara já estava com a bike em cima do carro. Tadeu é meu amigo estricnado, um cara de alto astral, tarado por bicicleta.
Estamos agora no ponto de partida onde vários bikers ajustam os últimos detalhes para encarar as temidas trilhas da Taboquinha. Ciclistas saem em várias ondas. De repente, vem nossa onda, uma espuma de trinta ciclistas, girando forte, poeira na cara. O primeiro ataque é demais pra mim. O Tadeu perde a entrada e de primeiro passa para último do pelote. Eu mantenho um giro suave e constante, mas na primeira bifurcação estou perdido. Tadeu chega e aponta o caminho. O jogo de sobe e desce começa. A trilha está escorregadia. Perigo! Como é que desço essa montanha de cascalho? A pé!
Agora estamos carregando as bicicletas nas costas, pois a trilha que leva ao córrego é medonha! Escorrega daqui e dali e vamos deixando para trás a parte difícil, impossível de pedalar. Paradinha para água e agrupar a galera. Agora, tome ladeira! O cascalho faz meu pneu traseiro patinar na subida e sou obrigado mais uma vez a empurrar a bicicleta. Ciclistas mais experientes passam por nós, esbaforidos pelo esforço empregado na subida.
Estamos, finalmente, no topo da montanha. Uma vista linda se abre diante de nós, num horizonte de Cerrado e céu azul. Um vento gelado restabelece o batimento cardíaco. Tocamos. Eu, o amigo Ênio e seu filho estamos pedalando sozinhos, pois a galera se mandou! Em menos de dez minutos estamos perdidos. “Olha lá a galera descendo o estradão!”, disse Ênio, apontando o horizonte. Tocamos. Uma montanha de cascalho não se desce assim tão confortável. Desço outra vez da bicicleta e sou o último da fila.
Finalmente, alcançamos as proximidades da sede da Taboquinha e encontramos outros colegas. É hora de voltar. Com a galera pedalando pesado, atravessamos três porteiras. Uma delas mostra um açude maravilhoso, cercado de um verde exuberante. Paradinha pra foto. Tocamos. Ao chegar no ponto de onde partimos, estou sedento. Sentado numa cadeira na frente do barzinho, encho a cara de Skol e não me lembro de mais nada. Parece que rolou um frango assado com farofa...